Química. Por Que Usar Álcool Isopropílico? História do Álcool Isopropílico e Compostos Relacionados.


Estrutura Molecular de Alguns Álcoois, Incluindo o Álcool Isopropílico.
Estrutura Molecular de Alguns Álcoois, Incluindo o Álcool Isopropílico. Fonte da Imagem: Blog de Bryce Harper “brycesharpers.blogspot.com” (2010).

Autoria: Alberto Federman Neto, AFNTECH.

Revisto e Ampliado  em 1 de Junho de 2022.

Uma Dica de Química.

Porque o álcool isopropílico (isopropanol) é o preferido para limpar celulares e outros aparelhos eletrônicos ou placas de circuitos impressos? Podemos substituir pelo álcool etílico (etanol, o álcool comum)?

O texto contém também uma breve História do Álcool Isopropílico e de alguns outros álcoois.

1.  BREVE HISTÓRIA DE  ALGUNS ÁLCOOIS.

O álcool mais comum, mais fácil de ser encontrado no comércio, ou preparado, é o álcool etílico (etanol).

História do Álcool Etílico:

Ele é conhecido desde a antiguidade, pelos Alquimistas e até pelos leigos, geralmente obtido por fermentação e grãos ou de frutas.

Estima-se que seja conhecido desde cerca de 7000 anos A.C.7000 a 6600 ou 10000 a 6000 anos, no Egito, na GréciaChina, na Babilônia, na Índia, Arábia etc…. Alguns autores sugerem que mesmo, fosse conhecido antes, desde a época do homem Pré-Histórico. 30000 ou até 100000 anos. História do Álcool Etílico. MANSOUR, A.M.H. “Alcohol History.” (2016).

O álcool comum era muito conhecido, preparado e estudado pelos antigos Alquimistas. Há inclusive símbolos alquímicos para ele. Links: 1, 2, 3, . O próprio termo, “álcool“, vem do Árabe, “Al-Khul” , que significa “Espírito Extrator dos Corpos“, link 45.

Vem da ideia de fazer extratos e tinturas, pois os Alquimistas  e os Químicos antigos chamavam as substâncias químicas, os compostos, de “Corpos” e já extraíam plantas com álcool.

O álcool era conhecido por exemplo, pelo Médico, Alquimista e Filósofo Persa Abū Bakr Muḥammad Bin Zakariyyāʾ Al-Rāzī, Razés ou Razis ,e pelo Árabe Geber, Abu Musa Jābir Ibn Hayyān.

Exemplos, Razés teria estudado a fermentação e destilado o álcool, no século IX (veja este link e este). Ele o chamou “Al-Khul“. Obras e Descobertas de Razés.

Não e fácil estudar a obra de Razés, pois foi escrita em árabe e depois muito traduzida, comentada e pode até ter sido  modificada, não se tendo certeza se são mesmo dele.

Mas os textos principais atribuídos a ele são “Al-Asrar“, “O Segredo” e “Sirr Al-Asrar“. “Segredo dos Segredos“, cuja tradução para o Latim se chama “Secretum Secretorum“. Essa última citada obra, contem muitas descrições de procedimentos de laboratório Alquímico.

Em todo o caso, o “Secretum Secretorum” foi muito estudado, elogiado, citado e considerado autêntico, por um muito famoso e brilhante Filósofo e Alquimista, o Frade Franciscano Inglês Roger Bacon. SANTOS, O.T.L. “Transmutação Alquímica na Obra de Roger Bacon.” Monografia de Conclusão de Curso, Para Obtenção do Grau de Licenciado e Bacharel em História. Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História (2011). MARTINS, M.M.B.  Medievalia Tex. Stud. 32, 105 (2013).

BACON, R.; STEELE, R. (Editor e Tradutor do  Latim); FULTON, A.R. (Tradutor do Árabe), “Opera Hactenus Inedita Rogeri Baconi . Secretum Secretorum. Cum Glossis et Notulis.” Tradução Automática do Título: “Obras até Agora, Inéditas de Roger Bacon. Segredo dos Segredos, Com Observações e Notas.” Editora do original: Typographeo Clarendoniano , Fasc. 5,  Págs: 45, 50, 51, 66, 273, 274, 277. Clarendon Press, Oxford, Inglaterra, Edição de (1920), mas Bacon o teria escrito entre 1237 e 1247. WILLIAMS, S.J. Speculum 69, 57 (1994).

Outra Tradução do Latim  para o Alemão: RUSKA, J. “Übersetzung und Bearbeitungen von al-Razis Buch Geheimnis der Geheimnisse.” “Tradução Livre do Título: “Tradução e Adaptação do Livro de Al-Razi, Segredo dos Segredos.” Capítulo de Livro. (1935). Outro Link, em PDF.

O álcool foi também preparado  e destilado (1334) por Arnaldo de Vilanova, Médico e Alquimista Catalão, que alguns autores pensavam, ser francês. Obras dele

E também por  Santo Alberto Magno, Filósofo, Escritor,  Médico, Teólogo e Alquimista Alemão.  Ele descreve como destilar o álcool etílico usando um alambique.  Chama o álcool de “Aqua Ardens”. O Livro  citado abaixo, foi escrito no século XIII-XIV, atríbuido  a Alberto Magno.

MAGNUS, A.; SCOTT, M. (Editor), “De Secretis Mulierum. De Virtutibus Herbarum Lapidum et Animalium.” Tradução automática do Título: “Dos Segredos das Mulheres. Das Virtudes das Plantas e dos Animais.”  Editora Iodocum Ianssonium, Amsterdan, Holanda, Pág. 217  , edição de (1655).

Citação. Alberto Magno:

Acjuam ardencem fic facias. Recipc ferpcntiaamquam dillillabis per alambicum veluc aqua ardens exibic, etiam mifce vino aat cuivis, & acceaditur fi appropinquas a candclam…

Tradução Automática e Livre, Interpretada pelo Autor deste Blog:

Receita para fazer a água que arde, destilando  e aquecendo com água fervente, por um alambique,  e veremos aparecer a aguardente, e até mesmo um vinho comum, reacenderá  apropriadamente como §  cândido  e aclamado…

Nota do Tradutor:  § , Tem sentido interpretado como suave e elogiável…

Também a destilação do álcool em grande quantidade, para fins de ser fabricado e  vendido, foi feito em 1500, pelo  Médico, Botânico e Alquimista Franco-Germânico (Alsaciano) Hyeronimus Brunschwig. Outro link, em português. Ele foi i o primeiro a aperfeiçoar a destilação ( nos tempos antigos, uma operação fundamental da Alquimia), para fins de fabricar produtos químicos, principalmente remédios. Clube da Química.

Latim e Alemão:  BRUNSCHWIG, H. “Liber de Arte Distilandi de Compositis” Tradução Livre do Título: “Livro da Arte da Destilação de Compostos.  Edição de (1512). Tradução para o Inglês: BRUNSCHWIG, H.; ABRAHAMS, H.J. (Tradutor) “Book of Distillation.”, Johnson Reprint Corporation, New York, EUA (1971). Tradução para o Alemão, Tese de Doutorado, Universidade de Ohio, Ohio, EUA, (1979): BRUNSCHWIG, H.; BESS, R. (Autor da Tese) “Das Buch per Rechten Kunst zu Distilieren.

Note o aparelho destilador empregado por ele, uma modificação do conhecido Pelicano” . Alquimico. Figura. Veja Item 5, neste meu Artigo. E Item 5, neste outro Artigo. Parte 1, neste Artigo.

Entretanto, a palavra “álcool” foi também usada, por  alguns Alquimistas do período da Pré Química, como o Farmacêutico  e Mineralogista Alemão Wilhelm August Lampadius. LAMPADIUS, W. “Etwas Uber Flussigen Schwefel, und Schwefel-Leberluft.”  Tradução Livre: “Sobre um Enxofre Fluido, e Transbordando um Pouco de Ar de Fígado de Enxofre.” … Chem. Ann. 2, 136 (1796).

Refere-se ao enxôfre coloidal e o dissulfeto de carbono, que Lampadius descobrira… Citado por: BLANC, P.D. “Fake Silk. The Lethal History of Viscose Rayon.” Yale University Press (2016). BLANC, P. ; NELSON, M.C. (Editor) ” From Baloons to Artificial Silk… The History of Carbon Disulfide Toxicity… Occupational Health and Public Health.” Editora: National Institute for Working Life, Estocolmo, Suécia, Pág.  (2006).

 …E mesmo para outros Químicos Antigos, por exemplo, por E. Davy, Dulong etc…”álcool” designava materiais  líquidos voláteis, ou mesmo sólidos em estado de finíssima subdivisão, o que depois foi chamado de “colóide“, e hoje seriam “nanopartículas“. PINES, C.C. Am. J. Pol. Scienc. 2, 500 (1931). WISNIAK, J. Educ. Quím. 32, 183 (2021). WISNIAK, J. Educ. Quím. 22, 254 (2011). RASMUSSEN, S.C. “The History and Chemistry of Alcohol from Antiquity to Middle Ages. Editora Springer, New York, EUA, Págs. 3 e 98 (2014).

Outros Químicos  também estudaram o álcool etílico: Lavoisier (link 6). Ele descobriu que o álcool era composto dos elementos químicos carbono, hidrogênio e oxigênio. Análises de Lavoisier. Antoine Laurent Lavoisier, Químico Francês.

O álcool era chamado “Espírito de Vinho“, por ser isolável por destilação do vinho. WILSON, G. ; LETTILBV, W. (Editor)  “A Compleat Course of Chymistry.” , Londres, Inglaterra, pág 214 (1699) .

Os Químicos Franceses Eugène Melchior Péligot e Jean Baptiste Dumas estudaram o álcool e o metanol, reportaram serem álcoois diferentes e caracterizaram o grupo funcional, função orgânica álcool. WISNIAK, J. Educ. Quím. 20, 61 (2009)ALSOBROOK, J.W. J. Chem. Educ. 28, 630 (1951). DUMAS, J.; PÉLIGOT, E. Ann. Chim. Phys. 58, 5 (1835). DUMAS, J. ; PÉLIGOT, E. Am. J. Pharm. 1, 336 (1836).

A natureza diversa do álcoois metílico e etílico, que eram álcoois diferentes, foi confirmada por outros Químicos. CONNELL, A. Proc.  Roy. Soc. Edin. 1, 156 (1845).

O Químico Francês Nicolas Théodore de Saussure, em 1807, determinou a fórmula molecular do álcool etílico, C2H5OH , que seria confirmada em 1814. DE SAUSSURE, T. J. Phys. Chem. Hist. Nat. Arts, 64, 318 (1807).  DE SAUSSURE, T. Ann. Chim. Phys. 89, 273 (1814) . Desenvolvimentos posteriores.

O Químico Escocês Archibald Scott Couper ,   confirmou a fórmula  do álcool, C2H5OH em 1858. Link 27. Para descobrir isso, ele reagiu o álcool etílico com cloro, e estudou os produtos clorados.

Couper é o inventor das fórmulas químicas escritas da maneira como nós as escrevemos hoje, fórmulas estruturais planas,”Fórmulas de Couper“. BAKER Jr., A.A., Adv. Chem. 61, Cap. 5, 81 (1966) e:

COUPER, A.S. Ann. Chem. 110, 46 (1859). COUPER, A.S. Lond. Edin. Dub. Phil. Mag. 16, 104 (1858). COUPER, A.S. Ann. Chim. Phys. 53, 469 (1858). COUPER, A.S. Compt. Rend. Hebd. Seanc. Acad. Scienc. 1157 (1858)  .

Fórmula Estrutural Plana, Fórmula de Couper, do Álcool Etílico.
Fórmula Estrutural Plana, Fórmula de Couper, do Álcool Etílico. Fonte da imagem: ZHIHU.com, China (2016).

Foi o Químico Alemão, naturalizado Russo,  Johann Tobias Lowitz o primeiro a isolar o álcool etílico na forma de substância muito pura, em 1796. LEICESTER, H.M. J. Chem. Educ. 22, 149 (1945).

Ele operou sobre o etanol azeótropo, e o destilou sobre álcali e depois tratou o destilado com carvão ativo. LOWITZ, T. Crell’s Annalen, 1, 125 (1796). Artigo, Título: ” Beobachtungen über die Stronthianerde im Schwerspathe.” Tradução Livre do Título: “Observações Sobre a  Terra Estronciana Presente na Barita.

Era obtido o álcool puro, álcool absoluto, vários links,  com o qual Lowitz dissolveu o cloreto de estrôncio e o separou do cloreto de bário. PARTINGTON, J.R. Ann. Scienc. 5, 157 (1942). LEICESTER, H.M. J. Chem. Educ.22, 149 (1945). OESPER, R.E. “Leben und Werk des Chemikers Tobias Lowitz.” Tradução Livre do Titulo: “Vida e Obra do Químico Tobias Lowitz” ACS Publications (1963). PARTINGTON, J.R.; SKOYRINA, S.C. (Editor) “Handbook of Stable Strontium.“, Capítulo: “Early History od Strontium.” Editora Springer, Boston, EUA (1981). RUSANOV, A.I. Russ. J. Gen. Chem. 81, 2 (2011).

O etanol sintético, não fermentativo, foi preparado por Michael Faraday, em 1825, por hidratação do etileno existente no gás de hulha. FARADAY, M. Trans. Roy. Soc. London, 115, 440 (1825). FARADAY, M. Phil. Mag. 66, 180 (1825). Desenvolvimentos posteriores.

História do Álcool Metílico:

O primeiro termo da série homóloga química dos álcoois, o álcool metílico, metanol, foi descoberto pelo químico Irlandês Robert Boyle. Em 1661. Preparado pela destilação seca da planta chamada “Buxo, na Inglaterra, “Boxwood“, Buxus sempervirens . Outras madeiras também foram usadas, por isso, nos tempos antigos, o álcool metílico, metanol, era chamado “Álcool de Madeira.

Link 7. Link 8. BOYLE, R.; DE TOURNES, S. (Editor) “Experimenta Circa Producibilitatem Chymicorum Principiorum.”  “Tradução automática do Título: “Experimentos sobre a Produção de Corpos Químicos Primários.” Genebra, Suíça, Pág. 31, edição de (1693).

2. HISTÓRIA DO ÁLCOOL ISOPROPÍLICO:

Estrutura do Álcool isopropílico.

Estrutura do Álcool Isopropílico. Modelo de Bola e Bastão.
Estrutura do Álcool Isopropílico. Modelo de Bola e Bastão. Fonte da Imagem: JYNTO, em Betweenmates (2019-2022).

Ele se forma junto do etanol, em fermentações, mas em pequena quantidade, como impureza. Principalmente em fermentados de batatas ou de beterrabas, na forma de óleo fúsel. Link 28. BOSWELL, M.C.; GOODERHAM, J.L. 4, 667 (1912). Veja Boston Apothecary.

Óleo de Fúsel. Álcoois de Cadeia Longa.

O “Óleo de Fúselfoi descoberto (1785) por um  Químico e Farmacêutico Sueco (nascido na Pomerânia, que pertenceu à Alemanha, e hoje pertence à Polônia),  Carl Wilhelm Scheele. Link  41. WISNIAK, J. CENIC Rev. Scienc. Quím. 40, 165 (2009).

O nome vem da palavra em Alemão “Fuseloles” , que significa “Óleos que Tem Cheiro Ruim“. MARCKWALD, W. Ber. Dtsch. Chem. Gesell. 34, 479 (1901).

Scheele, um experimentalista brilhante, por publicar um pouco em Alemão, mas muita coisa em Sueco, e por  não  caracterizar completamente tudo o que descobriu, e demorar para escrever, muitas vezes, não recebeu o crédito  que seria merecido por suas  esplêndidas descobertas pioneiras…   SCHEELE. K.W.; MURRAY, J. (Tradutor e Editor); MacINTOSH, J.G. (Coletor e Re-editor), “The Chemical Essays of Charles William Scheele.” Editora Scott, Greenwood & Co., Londres, Inglaterra (1901).

Exemplos: Ácidos lático, tartárico, cítrico, málico, múcico,  ácido oxálico, benzóico, caseina,  lactose, ácido fosfórico, ácido nitrosoglicerina, manganês, óxido de báriomolibdênio, tungstênio, magnésio, calomelano (óxido mercuroso)oxigênio, oxidação , composição do vinagre  , contendo ácido acético etc… etc… Outro Link. Outro. Links: 31, 32, 33, 34, 35, 36. 37, 38, 39, 40. 43. 44. 45. 46. 47.

Scheele descobriu o “Óleo de Fúsel”  em experimentos, ao estudar o manganês, o gás clorídrico, o “Espírito de Sal Deflogisticado” (gás cloro),  e o ouro fulminante (azida de ouro).

 Um trabalho representativo de ScheeleSCHEELE, C.W.; FORSTER, J.R. (Coletor e Tradutor); JOHNSON, J. (Editor), BERGMAN, T. (Prefácio) “Chemical Observations and Experiments on Air and Fire.” Paddington Green, Westminster,  Grande Londres, Inglaterra (1780). Outra EdiçãoOutros Links.

Esse livro é uma tradução do texto de Scheele sobre a natureza do ar e do fogo, que foi enviada por ele ao Químico e Filósofo Natural Inglês Joseph Priestley. Que disputava com Scheele e Lavoisier, a primazia pela descoberta do oxigênio.

Nesses experimentos, Scheele usava álcool etílico, “Espírito de Vinho“, WALKER, F. J. Chem. Educ. 10, 546 (1933). como solvente e evaporava as soluções, e ao final da destilação, obtinha como resíduo  um óleo insolúvel em água. Era o “Óleo de Fúsel“.

SCHEELE, K.W.;  PICARDET, C. (Tradutor do Sueco, do Latim e do Alemão); BARROIS, P.T. (Editor), Livraria Editora Cuchet, G.Dijon e Paris, França “Traduzido da Academia Real  de Ciências de Estocolmo. Mémoires de Chimie.” Págs.: 71-75, 112 (1785). Essa é a Parte I, na Parte II, outras descobertas de Scheele, como a glicerina e o ácido lático. Outro link. Outro.

Referências adicionais: WEBB,  A. D.; INGRAHAM, J.L. Adv. App. Microbiol. 5, 317 (1963). URE, A. “Recent Improvements in Arts, Manufactures and Mines.” Editora: Longman, Brown, Green and Longmans, Londres, Inglaterra, Pág 4 (1844) . INCE, J. Am. J. Pharm. 36, 49 (1864). Artigos publicados por Scheele , e Biografia extensa, excelente! Veja aqui mais artigos de Scheele.

O óleo fúsel compõe de uma mistura complexa de álcoois de cadeia longa, a partir de 4-5 carbonos. Composição do Óleo de Fúsel. BRAU, H.M. “Technical Paper. Review Of  the Origin and Composition of Fusel Oil.” Agricultural Experiment Station, Universidade of Porto Rico, Rio Piedras, Porto Rico (1957). GORDON, S.M. J. Am. Pharm. Assoc. 16, 313 (1927).  CLARK, G. Perf. Flav. 26, 20 (2001). PENCE, E.A. “Study of Baking Oven Vapours.” Dissertação de Mestrado em Ciências, Depto da Indústria de Mineração. Faculdade de Agricultura e Ciência Aplicada, Universidade Estadual do Kansas, Kansas, EUA, Págs 3, 6 e 7 (1952).

Sua composição química começou a ser estabelecida pelo Químico Francês Charles Adolphe Wurtz. WURTZ, A.  J. Prakt. Chem. 67, 305(1852).   XIE, S.; YI, C.; QIU, X. J. Chem. Technol. Biotechnol. 91, 1860 (2016). CALAM, A.; IÇINGUR, R.; SOLMAZ, H.; HAMIK, H. Int. J. Green Energy, 12, 767 (2015). PEREZ, E.R.; CARDOSO, D.R.; FRANCO, D.W. Quím. Nova, 24, 10 (2001). SANTOS, M.S.M Et Al. Res. Soc. Develop. 9, e733986250 (2020).

O  famoso Químico Francês Louis Pasteur, em seus estudos sobre as fermentações, também investigou a composição do óleo de fúsel e confirmou que os álcoois amílicos, de 5 carbonos são predominantes. PASTEUR, L. Compt. Rend. Hebd. Seanc. Acad. Scienc. 41, 296 (1855). PASTEUR, L. Justus Liebig Ann. Chem. 96, 255 (1855). MANCHESTER, K. Sou. Afric. J. Scienc. 103, 377 (2007).

Para quem quiser saber mais detalhes sobre a composição química do óleo de fúsel e seus alcoóis de cadeia longa, veja este excelente artigo. TERRY, T.D.; KEPNER, R.E.; WEBB, D.  J. Chem. Eng. Data 5, 403 (1960).

Álcool Isopropílico e o grupo Isopropila.

O álcool isopropílico puro foi preparado pela primeira vez pelo Químico Francês Pierre Eugène Marcellin Berthelot, em 1855. BERTHELOT, M. Am. J. Pharm. 258 (1855)PICCHIONI, A.L. Bull. Am. Soc. Hosp. Pharm. 4, 138 (1942) . BOGERT, M.T. J. Am. Chem. Soc. 24, 289 1902).

Berthelot é o descobridor da Síntese Orgânica. BERTHELOT, M. “Chimie Organique Fondée Sur La Synthèse.” Editora: Mallet-Bachelier, Paris, França, Vol. 2 (1860). JOB. A. “Le Oeuvre de Berthelot et Les Theóries Chimiques.” Rev. Mataphys. Mor. 15, 699 (1907). BERTHELOT, M. “Leçons sur les Méthodes Générales de Synthèse en Chemie Organique.” Editora Gauthier-Villars, Paris, França (1864). Link 29.

O álcool isopropílico e o grupo isopropil  (na época, chamado radical isopropil) foram detectados em vários compostos preparados, entre 1855 e 1900, por vários Químicos, em decorrência de pesquisas para descobrir as estruturas de ácidos carboxílicos e  dos hidrocarbonetos da série alquílica.

Merecem destaque os trabalhos dos Químicos Alemães  Carl Schorlemmer,  e Richard August Carl Emil Erlenmeyer  , que identificaram os grupos, “radicais” propil e isopropil.

Também o “radical”, grupo funcional Álcool, foi estudado no século XIX, principalmente pelos Químicos, o Alemão August Wilhelm von Hofmann, um dos pioneiros da Química Orgânica, e o Francês August André Thomas Cahours.  HOFMANN, A.W. Quart. J. Chem Soc. London, 3, 121 (1853). WALKER, R. Phil. Mag. 42, 117 (1813). HOFMANN, A.W.V, CAHOURS, A. Proc. Roy. Soc. London 8, 511 (1857).

SCHORLEMMER, C. Proc. Roy. Soc. London, 16, 34 (1868). ERLENMEYER, E. Ann. Chem. 126, 305 (1863). SCHORLEMMER, C. Proc. Roy. Soc. London, 17, 372 (1869). SCHORLEMMER, C.; SMITHELLS, A. (Editor) “The Rise and Development of Organic Chemistry.” Editora MacMillan and Co., New York, EUA, Edição Revisada, Págs. xviii e 149 (1894). SCHORLEMMER, C. Proc. Roy. Soc. London, 26, 179 (1878).

Nesses trabalhos, dessa época, os hoje grupos (na época radicais) n-propil e isopropil, eram introduzidos nas moléculas orgânicas, por reações envolvendo os organometálicos de sódio, do Químico Francês Charles Adolphe Wurtz  e do Inglês Edward Frankland.

Hoje, a reação  é a base da famosa síntese de acoplamento de Wurtz-Fittig , para fazer alcanos.  veja Link. Presente em todos os livros texto de Química Orgânica. Exemplos, CONSTANTINO, C. “Química Orgânica. Curso Básico Universitário.” Editora LTC Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, R.J., Vol. 1, Pág. 204 (2008). ALLINGER, N.L. et Al.; JARQUE, R.G.; ANDREU, E.M.; DEL OLMO, V.S. (Tradutores)  “Química Orgânica.Vol. 2, Pág 874. Editorial Reverté, Barcelona, Espanha (1978).

WURTZ, A. Ann. Chim. Phys. 44, 275 (1855). WURTZ, A. Just. Liebig Ann. Chem. 96,364 (1855). TOLLENS, B. ; FITTIG, R. Just Liebig Ann. Chem. 131, 303 (1864). FITTIG, R.; KONIG, J. Just. Liebig. Ann. Chem. 144, 277 (1867). Reações de Wurtz e Wurtz-Fittig.

Organosódio : FRANKLAND, E.; DUPPA, B.F. J. Chem. Soc. 20, 102 (1867). FRANKLAND, E.; DUPPA, B.F. J. Chem. Soc. 22, 28 (1869). FRANKLAND, E.; DUPPA, B.F. Proc. Roy. Soc. London 156, 309 (1866). Link 50. GILMAN, H.; WRIGHT, G.F. J. Am. Chem. Soc. 55, 2893 (1933).

Frankland também usava os organometálicos de zinco,  que descobrira, e eram mais estáveis e mais fáceis de preparar do que os organosódio.  Ele também isolou e  nomeou os “radicais” orgânicos, hoje grupos funcionais. FRANKLAND, E. Justus Liebig Ann. Chem. 71, 171 (1849).

Os famosos organomagnésioreagentes de Grignard, citados nos muitos livros texto de Química Orgânica (e que nos dias de hoje, seriam usados nessas reações tipo Wurtz e Frankland), dos Químicos Franceses François Auguste Victor Grignard  e seu Professor, Philippe Antoine Francoise Barbier , ainda não existiam. Pois somente surgiriam em 1900.

O trabalho de Grignard, é hoje um clássico da Química, veja este link, : GRIGNARD, V.; MOISSAN, M.H. (Apresentador) Compt. Rend. Hebd. Seanc. Acad. Scienc. 130, 1322 (1900). BARBIER, P.; FRIEDEL, M. (Apresentador) Compt. Rend. Hebd. Seanc. Acad. Scienc. 128, 1898 (1898). GRIGNARD, V. “Nobel Prize Lecture. The Use of Organomagnesium Compounds in Preparative Organic Chemistry.” (1912).

Tese defendida por Grignard, em 1901 . BRUYLANTS, A. Bull. Class. Scienc. 62 , 531 (1976). Links para a  Capa . Edição de Paris, Editora Gauthier-Villars. Texto completo: GRIGNARD, V.;  BARBIER, P. (Orientador); REY. A. (Editor) “Sur Les Combinaisons Organomagnésiennes Mixtes, et Leur Application à des Synthèses D’Acides, D’Alcools et D’Hydrocarbures.” Impressão e Edição da Gráfica da Universidade de Lyon, (1901).

Citação:

GRIGNARD, V.; BARBIER, P. (Président) “Sur Les Combinaisons Organomagnésiennes Mixtes, et Leur Application à des Synthèses D’Acides, D’Alcools et D’Hydrocarbures.” , Thèses Présentés a la Faculté de Sciences de la Université de Lyon, Pour obtenir le Grade de Docteur En Sciences Physiques. Imprimeur-Éditeur de la Université, Lyon, France (1901).

Tradução Livre do Título:  GRIGNARD, V.; BARBIER, P. (Orientador) “Sobre as Combinações Organomagnesianas Mistas e sua Aplicação à Síntese de Ácidos, Álcoois e Hidrocarbonetos.” , Teses Apresentadas à Faculdade de Ciências da Universidade de Lyon, Para obter o Grau de Doutor em Ciências Físicas. Editora e Gráfica da Universidade, Lyon, França (1901).

Para saber sobre  Organometálicos, um livro clássico: ELSCHENBROICH, C.; OLIVEIRA, J. (Tradutor do Alemão)”Organometallics.” Wiley-VCH Verlag, Marburg, Alemanha, 3a Edição (2011). Tenho uma cópia impressa do livro supra citado, que uso frequentemente.

A Química Organometálica é a principal área de pesquisa do Autor deste BlogFEDERMAN NETO, A.; MILLER. J. (Orientador)”Síntese e Reatividade de Complexos de Ferro com Ligantes Homocíclicos de Caráter Aromático.” Tese de Doutorado em Ciências, Modalidade Química Orgânica. Departamento de  Química Funsdamental,Instituto de Química da USP, Universidade de São Paulo (1986).

Conhecia-se antigamente, principalmente os álcoois, as aminas e os haletos com grupo isopropil. SCHORLEMMER, C. Proc. Roy. Soc. London 16, 367 (1868) . SCHORLEMMER, C. Ann. Chem. 144, 184 (1887) . SILVA, R.D. Ann. Chem. 154, 254 (1870). GAUTIER, A. Ann. Chem. 149, 155 (1869)  .  FLINTERMANN, R.F.; PRESCOTT, A.B. J. Am. Chem. Soc. 18, 28 (1896) . FRANKLAND, P.F. J. Chem. Soc. Trans. 47, 236 (1885). SCHORLEMMER, C. “A Manual of the Chemistry of Carbon Compounds, or Organic Chemistry.” Editora MacMillan and Co., Londres, Inglaterra (1874).

Embora ocasionalmente usado, JAPP, F.R.; RASCHEN. J. J. Chem. Soc. Trans. 49, 832 (1886), isopropanol só se tornaria importante como solvente após o início do século XX. GARCIA DE GARRONE, V.; JUNG, W. (Orientador) “Identificación y Valoración Colorimétrica de Alcohol isopropílico en los Alcoholes Desnaturalizados.” Tese de Doutorado em Química, Faculdade de Ciências Exatas, Físicas e Naturais, Universidade Nacional de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina (1948).

Álcool Isopropílico só foi industrializado em 1920,  por hidratação de propeno, direta ou via sulfato (catálise por ácido sulfúrico) e usado para fazer cloreto de isopropila. BUC, H.E. Patente Americana, US1436377A (1920-1922). 

E passa a ser usado como solvente e reagente. Link 8. Link 9. POPOVA, M.N.; DOSSUMOV, K. Euras. Chem. Tech J. 12, 23 (2009).

A partir daí, o álcool isopropílico passa a ser cada vez mais  usado como solvente e reagente em Química e Farmácia. SCHUETTE, H.A.; SMITH, M.P. Ind. Eng. Chem. 18, 1242 (1926) . SCHUETTE, H.A.; HARRIS, L.E. J. Am. Chem. Soc. 15, 169 (1926) . FULLER, H.C. J. Am. Pharm. Assoc. 12, 1081 (1923)  .

A hidratação, adição de água às olefinas (como é usado para fazer o álcool isopropílico) é um dos processos principais para preparar álcoois. A distribuição dos produtos decorrentes da reação de adição costuma seguir a regra de MarkovnikovHU, X.; ZHANG, G.; BU, F.. LEI, A. ACS Catalysis7, 1432 (2017).   FRANZEN, S. et al. Chem. Phys. 464, 46 (2016).

A reação entre propeno e água, catalisada por ácido sulfúrico, foi descoberta por Berthelot. Links 26.. 30 MONROE, L.A.; GILLILAND, E.R. Ind. Eng. Chem. 30, 58 (1938)

Mas seu trabalho era criticado por outros Químicos contemporâneos dele, Liebig, Biot, Chevreul etc… que já estudavam reações semelhantes. BERTHELOT, M. “Sur La Synthèse des Carbures D’Hydrogène.“Editora Mallet-Bachelier, Paris, França (1858). WENTRUP, C. Eur. J. Org. Chem. EJOC202101492 (2022) . HARTMAN, L. J. Chem. Educ. 42, 391 (1965). JACQUES, J. “Chevreul et Berthelot.” Publications Scientifiques du Muséum, Open Edition Books (1997).

A adição a olefinas foi estudada pelo Químico Russo Vladimir Vasilyevich Markovnikov. MARKOWNIKOV, W. Ann. Pharm. 153, 228 (1870) .

A adição da porção negativa (OH-, nucleófilo) se dá após a formação do carbocátion mais estável, secundário. Assim, propeno formará o álcool isopropílico e não o n-propílico.

3.  POR QUE ÁLCOOL ISOPROPÍLICO?

O álcool isopropílico é extensamente recomendado usado para limpar telefones celulares, tablets, placas eletrônicas, peças, desinfetar salas etc… Também pode limpar acrílico, vidro, lona , óculos etc… Links: 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20. 23.

Álcool Isopropílico na Limpeza:

Por que se prefere o álcool isopropílico, e não o etílico (muito mais comum no Brasil) para limpar os componentes ou aparelhos eletrônicos? Por duas razões.

A primeira razão. O álcool isopropílico tem apenas um máximo de 1 % de água (pois seu  azeótropo retém pouca água na destilação e essa água pode ser removida com sal ou desidratantes).

Ele é menos higroscópico que o álcool etílico. TAN, B.; MELIUS, P.; ZIEGLER, P. J. Chromat. Scienc. 20, 213 (1982). Contendo menos água, e não a absorvendo com rapidez, ele não deixa umidade nas peças ou placas, ou aparelhos limpos.

Você até pode empregar o álcool comum, etílico, mas de preferência, use o de 96 G.L ou o álcool absoluto. E deixe secar bem. Mesmo assim, o álcool isopropílico é melhor.

A segunda razão é Histórica.

No Brasil, nosso principal álcool é o etílico, álcool comum,  pois o produzimos em grande quantidade. Ele é o nosso álcool de limpeza.

Nos EUA e Europa, o Solvente de Limpeza doméstica é o álcool isopropílico.

Usado após 1929. HEYDT, E.F. Patente Americana, US1723169A (1927-1929),  e uso corrente desde os anos 50, e recomendado como álcool de limpeza, PUTNER, T. Brit. J. App. Phys. 10, 332 (1959), ao invés do muito tóxico e cancerígeno tetracloreto de carbono,  antes usado como limpador doméstico, DOHERTY, A.E. Env. Foren.  1, 83 (2000)

O tetracloreto de carbono como agente de limpeza foi  praticamente banido em 1970 e já era muito combatido a partir de 1936. WIEZEVICH, P.J.; VESTERDAL, H.G. Chem. Rev. 19, 101 (1936). HEYL, H.L. J. Pediat. 9, 662 (1936). Tende a não ser mais fabricado, nem usado!.

De mais a mais, além disso, é poluente e fortemente depletor da camada de ozônio. PARK, S. Et Al. Atm. Chem. Phys. 18, 11729 (2018).

Então, nos EUAna Europa, o isopropílico é o álcool mais  comum na limpeza doméstica, por isso, se usa. Motivo Histórico e localizado.

Álcool Isopropílico como substituto de Álcool Etílico. ISHAM, R.M. Patente Americana, US1692662A (1926-1928).

Resumindo, o álcool isopropílico é usado pois é melhor para limpar eletrônicos do que o etanol, além de ser o álcool mais comumente encontrado nas EUA e Europa.

Álcool Isopropílico na Pele e seu uso em Humanos:

Embora mais tóxico do que o etanol, o álcool isopropílico é relativamente pouco tóxico. Link 22. Mas toxicidade foi reportada, principalmente por ingestão, mas também por inalação. 23.

Pode ser usado como veículo alcoólico para fármacos e pode ser aplicado na pele, link 21, 24.  e é mais bactericida do que o álcool etílico. SPRANGER, H. Zent. Bakt. 101, 236 (1927). WANTIA, J. Arch Hyg. Bakt. 130, 129 (1943).

Uso em humanos do álcool isopropílico invés do etílico,  não é aconselhável  , pois pode ser bem irritante e até tóxico. TASAR, S.; WIEGAND, C.; ELSNER, P. Contact Dermatitis 84, 1 (2021). WASILEWSKI, C.  Archiv. Dermat. 98, 502 (1968). GARRISON, R.F. J. Am. Med. Assoc. 152, 317 (1953). NZEKWE, I.T. Et Al., AAPS Open, 7, 5 (2021). NEWMAN, A.J. AMA Am.. J. Dis. Child. 81, 798 (1951), BARNETT, J.M.; PLOTNICK, M.; FINE, K.C. Ann. Int. Med. 113, 638 (1990). HAVIV, Y.S.; SAFADI, R.; OSIN. P. Off. J. Am. Coll. Gastroent. ACG 93, 850 (1998).

Ao contrário, álcool etílico é mais recomendado para uso humano, para desinfetar a pele, invés do álcool isopropílico. BOYCE, J.M. Infec. Cont. Hosp. Epidem. 21, 438 (2000). HEMANI, M.L.; LEPOR, H. Rev. Urol. 11, 190 (2009). OAT, W.E. J. Am. Med. Assoc. 143,761 (1950).

4.  RESUMO E CONCLUSÃO:

Neste pequeno Artigo, uma breve História do Álcool Isopropílico e de alguns outros álcoois comuns (metílico e etílico), bem como do “Óleo de Fúsel“, uma mistura de álcoois de cadeia longa.

E explicações de porque o álcool isopropílico é mais recomendado e usado na limpeza de celulares, placas eletrônicas e aparelhos, e melhor do que o álcool comum, etílico.

Ao contrário, para a desinfecção da pele, desinfetar as mãos, o álcool etílico é melhor e mais seguro, pois é menos tóxico e não é irritante.

 

Química Top

O melhor e maior blog de Química do Brasil!

Mundo GNU

Difundindo o Software Livre

O Vital da Ciência

A ciência faz e tem história

CIÊNCIA LIVRE.

Artigos e Dicas sobre Ciências e Tecnologias Diversas: Eletrônica, Química, História da Ciência, Experimentos etc...

WordPress.com em Português (Brasil)

As últimas notícias do WordPress.com e da comunidade WordPress

%d blogueiros gostam disto: